Representantes de três entidades de defesa do ambiente reuniram-se com responsáveis do FMI em Portugal para sugerir a redução dos subsídios existentes na produção de eletricidade, apontando a existência de um excesso de capacidade face às necessidades do país.
Um grupo de representantes de várias entidades de defesa do ambiente reuniu-se segunda-feira com os representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, denunciando a existência de “subsídios perversos” no setor energético.
O encontro contou com a presença de responsáveis da CPADA - Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente, do GEOTA - Grupo de Estudos do Ordenamento do Território e Ambiente e da LPN - Liga para a Proteção da Natureza.
“As associações discutiram com os representantes do FMI um conjunto de princípios e medidas para um ajustamento estrutural da economia portuguesa no domínio da energia e transportes”, informa um comunicado do GEOTA citado pelo Jornal de Negócios.
No documento lê-se que “subsistem muitas distorções no mercado da energia, beneficiando especialmente as grandes empresas da energia e concessionárias de infraestruturas de transportes, que têm conseguido fugir ao processo de ajustamento”.
No encontro de segunda-feira as associações ambientalistas “manifestaram a sua satisfação por, finalmente, a troika e o Estado português mostrarem vontade de reduzir os subsídios perversos no setor energético”.
Já a 3 de outubro as três entidades de defesa do ambiente tinham enviado ao FMI e à Comissão Europeia um memorando, onde denunciam que famílias e empresas gastam anualmente 41 mil milhões de euros nessas duas rubricas, o que, frisam, é o resultado de “uma série de erros de políticas estratégicas”.
No domínio da eletricidade as associações criticam os “erros dramáticos de uma política que favoreceu o investimento em capacidade excessiva de produção e projetos ineficientes”, tais como centrais dedicadas de biomassa e grandes barragens.
As associações indicam que nos últimos anos os subsídios aos produtores de eletricidade subiram para cerca de 600 milhões de euros anuais, sugerindo que dois terços desses subsídios poderão ser eliminados, gerando assim poupanças de 400 milhões por ano.
EE / Jornal de Negócios