Portugal tem mais de 1000 MW de projetos eólicos suspensos, à espera de licenças ambientais e de construção e/ou à espera de financiamento.
No total, são entre 1300 a 1500 milhões de euros de investimento e muitos postos de trabalho que ainda não saíram do papel e para os quais não há qualquer perspetiva de quando poderão sair.
“Há projetos que estão há quatro ou cinco anos para receber licenças ambientais. A Direção Geral de Energia (DGE) não tem dado andamento, não sei porquê, e como é óbvio isso fez com que os projetos apanhassem a crise e perdessem os financiamentos”, disse ao Dinheiro Vivo o presidente da Associação das Renováveis, António Sá da Costa.
Os bancos não só não podem estar anos à espera e há projetos que perdem rentabilidade quando o ministério do Ambiente os obriga a mudar de localização.
Segundo o mesmo responsável, quando se muda o local do parque eólico tem de se fazer tudo de novo, ou seja, é preciso fazer estudos de vento e, hoje, as melhores zonas já estão ocupadas, ou seja, se o projeto avança num local com menos vento vai funcionar menos horas e por isso vai dar menos dinheiro e como tal tem mais risco para o banco.
Na lista de projetos parados nesta situação incluem-se, na sua maioria, os parques atribuídos a concurso ainda nos Governos de José Sócrates.
Uma das razões para este atraso nos licenciamentos pode estar relacionada com o facto de, agora, Portugal não precisar de mais eólicas.
EE / Dinheiro Vivo